terça-feira, 15 de outubro de 2013

Deu na Revista Sertão: Falta de investimentos na saúde é o principal motivo de mortes no Sertão. Confira!

A inoperância nos hospitais sertanejos, há muito tempo, vem sendo um dos maiores fatores para o número exagerado de mortes, na Região.

A falta de investimentos, por parte do Governo do Estado, é preocupante e incentiva, cada vez mais, a chamada “ambulancioterapia”, nome dado às constantes viagens de pacientes pelas estradas da Paraíba, em busca de uma solução para seus problemas de saúde. (foto acima - Necrotério do Hospital de Itaporanga-PB)


Falta investimento, sobra descaso, essa é uma máxima utilizada pelo aparelho de saúde do Estado, onde, há muito tempo, não se observa uma ação do Governo, que venha solucionar diversos problemas existentes nos hospitais sertanejos.



A prova maior disso acontece nos hospitais das principais cidades do Sertão, onde, em busca de votos, políticos ligados ao Governador, superlotam os hospitais, de porteiros, auxiliares de enfermagem, recepcionistas e outros cargos desnecessários, ao mesmo tempo em que faltam médicos e medicamentos, além de uma estrutura física adequada para o atendimento diário.

Esse fato acontece em cidades como: Itaporanga, Piancó, Patos, Sousa e Cajazeiras, onde os atendimentos são precários e o investimento é quase nenhum. Desta forma, pessoas, que precisam de um atendimento rápido e eficiente, em sua cidade, passam a percorrer, em média, 400 quilômetros até a capital do Estado, João Pessoa, onde muitas vezes, esperam por semanas, para conseguir um atendimento.

Itaporanga
Principal cidade do Vale do Piancó, conta, apenas, com um hospital estadual, sendo referência para várias cidades e, por muitas vezes, médicos são obrigados a transferir os pacientes para outra Região, ocasionando superlotação em outros hospitais do Estado. O fato é muito corriqueiro, mas necessário, em virtude da falta de leitos e equipamentos adequados para o pronto atendimento.

Das seis principais cidades sertanejas, onde passam diariamente milhares de pessoas, em busca de um tratamento de saúde, onde o índice de acidentes, envolvendo veículos vem aumentando assustadoramente, apenas, metade delas possuem UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

O Hospital Distrital José Gomes da Silva, principal casa de saúde da cidade, vive em dificuldades e, desde o inicio do Governo Ricardo Coutinho, não recebeu nenhuma reforma na sua estrutura física, estando, neste momento, de forma deplorável. O setor de urgência e emergência do hospital não comporta, há muito tempo, o número de atendimentos, precisando, o mais rápido possível, de uma ampliação.

A pediatria conta com menos de quinze leitos, em uma demanda diária que ultrapassa cinqüenta atendimentos. O hospital conta, apenas, com uma sala de cirurgia, sendo, este, o principal motivo de reclamações de pacientes e profissionais de saúde pelo atraso nos procedimentos cirúrgicos.


O necrotério, que fica ao lado do hospital, está quase desabando, servindo, em muitos casos, para o abrigo de animais e lixo, ao mesmo tempo, em que pode proporcionar contaminação, no próprio hospital.

A solução encontrada, pelo Governo do Estado, em recente reunião, na sede da AMVAP (Associação dos Municípios do Vale do Piancó), entre o Secretário da Saúde do Estado e Os Prefeitos, foi liberar a estrutura do Estado para que os Municípios paguem a conta pelos procedimentos, ali, executados, tese esta, descartada pela maioria dos gestores.

Piancó
O único Hospital Regional do Vale do Piancó (Venceslau Lopes), onde cerca de 200 mil pessoas precisam de atendimento na saúde, o Governo também demonstra falta de interesse em resolver os problemas.

Uma UTI, com 10 leitos, toda aparelhada, dorme em berço esplêndido, à espera da decisão do Governo, para começar a funcionar. Isto vem se arrastando há quase três anos, enquanto o Governador não decide, dezenas de pessoas morrem nas estradas da Paraíba, no chamado “turismo da morte”, em busca de um atendimento especializado.


Segundo informações, existe um impasse criado pelo próprio Governo do Estado para inaugurar a UTI de Piancó. É que o Governador quer colocar mais esta conta nas costas dos Prefeitos da região, disponibilizando os equipamentos que estão instalados no Venceslau Lopes, enquanto os Gestores municipais ficam responsáveis pelo pagamento dos profissionais de saúde, como: médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem.

Patos
Na capital do sertão, o Hospital Regional Deputado Janduhy Carneiro passa por um momento difícil, devido à falta de investimentos em diversas áreas. As dificuldades são sentidas, principalmente, na ala de ortopedia, onde dezenas de pessoas, que precisam dos serviços médicos, se amontoam nos corredores do hospital à espera de um procedimento cirúrgico.

Em muitos casos, cirurgias, classificadas como urgentes, passam a aguardar por dias e até meses, para serem realizadas. Poucos médicos especialistas em ortopedia estão disponíveis na principal casa de saúde sertaneja, que atende cerca de quarenta cidades da Região.


A falta de cirurgiões, urologistas e neurologistas complicam, ainda mais, o atendimento a pacientes, vítimas de traumas. O hospital de oncologia prometido pelo então candidato a Governador Ricardo Coutinho, na campanha eleitoral de 2010, ficou no campo das promessas e, três anos após, o que seria referência no tratamento contra o câncer para os sertanejos, ainda, não funciona e não existe prazo definido para ficar à disposição do povo.

Hemodiálise
O setor de hemodiálise do Hospital Regional de Patos, também, sofre com a falta de recursos para a manutenção de serviços essenciais para pacientes com problemas renais. Vez por outra, o centro de hemodiálise, que fica em um prédio anexo ao Janduhy Carneiro, é ameaçado de fechamento, devido à falta de repasse do pagamento a uma empresa terceirizada contratada pelo Estado, para gerenciar os serviços médicos.

Devido à falta de pagamento, no último dia 09 de setembro, a direção da empresa, emitiu um oficio, explicando a situação e dando um prazo para que o Estado cumprisse o acordado, entre Governo e a empresa contratada e realizasse o pagamento. A informação deixou dezenas de pacientes apreensivos e inseguros quanto à permanência do tratamento, em Patos. Caso seja fechado, os pacientes renais crônicos de grande parte do Sertão ficarão sem atendimento, agravando, mais ainda, a doença.

Sousa
Na cidade sorriso, um caso recente abalou os pacientes e funcionários do Hospital Regional Manoel Gonçalves. Cirurgias, marcadas para acontecerem no início de setembro, tiveram que ser adiadas, devido à falta d’água, ocasionando um grande transtorno aos pacientes e médicos daquela casa de saúde.

E não falta, apenas, água. Médicos e medicamentos também são poucos, enquanto a procura aumenta a cada dia. Com a ausência do Estado no que diz respeito a planejamento e execução de ações básicas, na saúde, em Sousa, faz a população mais carente, principal clientela do hospital, ir à busca de tratamento médico em Campina Grande e João Pessoa, aumentando, ainda mais, as filas dos hospitais.

Cajazeiras
A terra, que ensinou a Paraíba a ler, está aprendendo a conviver com a dor e o descaso das autoridades estaduais. A terra do Padre Rolim é umas das cidades que mais cresce no interior da Paraíba, mas continua com sérios problemas na saúde. O Hospital Regional de Cajazeiras acumula inúmeras dificuldades em muitos casos, deixando de atender pacientes, devido à falta de médicos.

A UPA (Unidade de Pronto Atendimento), que deveria servir para desafogar o Hospital Regional, atendendo boa parte da população local, foi fechada um dia após a sua inauguração, é o que denuncia o Deputado Estadual Aníbal Marcolino (PEN). Segundo o Parlamentar, o Governador do Estado usou a inauguração para ser fotografado e a obra contabilizada como uma ação do seu Governo. Dr. Aníbal disse, ainda, que, na atual Legislatura, a Assembléia Legislativa da Paraíba visitou vários hospitais do Estado, onde ficou constatada a inoperância do Governo.


Com todas essas constatações, fica claro que a saúde estadual está vivendo um dos seus piores momentos, deixando pobres nas filas dos hospitais, à espera de cuidados médicos, enquanto Secretários do Governo tentam ludibriar a Paraíba, investindo maciçamente em uma mídia falsa, patrocinada pelos cofres do Estado, a custa do suor do povo paraibano. “Como médico, não posso aceitar isso, como de fato não aceito. A vida é o bem mais precioso que temos, portanto, temos que fazer o máximo possível, para mudar a realidade da saúde da Paraíba”. Finalizou, Dr. Aníbal.
Fonte: Revista Sertão

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