A inoperância nos
hospitais sertanejos, há muito tempo, vem sendo um dos maiores fatores
para o número exagerado de mortes, na Região.
A falta de
investimentos, por parte do Governo do Estado, é preocupante e
incentiva, cada vez mais, a chamada “ambulancioterapia”, nome dado às
constantes viagens de pacientes pelas estradas da Paraíba, em busca de
uma solução para seus problemas de saúde. (foto acima - Necrotério do
Hospital de Itaporanga-PB)
Falta investimento,
sobra descaso, essa é uma máxima utilizada pelo aparelho de saúde do
Estado, onde, há muito tempo, não se observa uma ação do Governo, que
venha solucionar diversos problemas existentes nos hospitais sertanejos.
A prova maior disso
acontece nos hospitais das principais cidades do Sertão, onde, em busca
de votos, políticos ligados ao Governador, superlotam os hospitais, de
porteiros, auxiliares de enfermagem, recepcionistas e outros cargos
desnecessários, ao mesmo tempo em que faltam médicos e medicamentos,
além de uma estrutura física adequada para o atendimento diário.
Esse fato acontece em
cidades como: Itaporanga, Piancó, Patos, Sousa e Cajazeiras, onde os
atendimentos são precários e o investimento é quase nenhum. Desta forma,
pessoas, que precisam de um atendimento rápido e eficiente, em sua
cidade, passam a percorrer, em média, 400 quilômetros até a capital do
Estado, João Pessoa, onde muitas vezes, esperam por semanas, para
conseguir um atendimento.
Itaporanga
Principal cidade do Vale
do Piancó, conta, apenas, com um hospital estadual, sendo referência
para várias cidades e, por muitas vezes, médicos são obrigados a
transferir os pacientes para outra Região, ocasionando superlotação em
outros hospitais do Estado. O fato é muito corriqueiro, mas necessário,
em virtude da falta de leitos e equipamentos adequados para o pronto
atendimento.
Das seis principais
cidades sertanejas, onde passam diariamente milhares de pessoas, em
busca de um tratamento de saúde, onde o índice de acidentes, envolvendo
veículos vem aumentando assustadoramente, apenas, metade delas possuem
UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
O Hospital Distrital
José Gomes da Silva, principal casa de saúde da cidade, vive em
dificuldades e, desde o inicio do Governo Ricardo Coutinho, não recebeu
nenhuma reforma na sua estrutura física, estando, neste momento, de
forma deplorável. O setor de urgência e emergência do hospital não
comporta, há muito tempo, o número de atendimentos, precisando, o mais
rápido possível, de uma ampliação.
A pediatria conta com
menos de quinze leitos, em uma demanda diária que ultrapassa cinqüenta
atendimentos. O hospital conta, apenas, com uma sala de cirurgia, sendo,
este, o principal motivo de reclamações de pacientes e profissionais de
saúde pelo atraso nos procedimentos cirúrgicos.
O necrotério, que fica
ao lado do hospital, está quase desabando, servindo, em muitos casos,
para o abrigo de animais e lixo, ao mesmo tempo, em que pode
proporcionar contaminação, no próprio hospital.
A solução encontrada,
pelo Governo do Estado, em recente reunião, na sede da AMVAP (Associação
dos Municípios do Vale do Piancó), entre o Secretário da Saúde do
Estado e Os Prefeitos, foi liberar a estrutura do Estado para que os
Municípios paguem a conta pelos procedimentos, ali, executados, tese
esta, descartada pela maioria dos gestores.
Piancó
O único Hospital
Regional do Vale do Piancó (Venceslau Lopes), onde cerca de 200 mil
pessoas precisam de atendimento na saúde, o Governo também demonstra
falta de interesse em resolver os problemas.
Uma UTI, com 10 leitos,
toda aparelhada, dorme em berço esplêndido, à espera da decisão do
Governo, para começar a funcionar. Isto vem se arrastando há quase três
anos, enquanto o Governador não decide, dezenas de pessoas morrem nas
estradas da Paraíba, no chamado “turismo da morte”, em busca de um
atendimento especializado.
Segundo informações,
existe um impasse criado pelo próprio Governo do Estado para inaugurar a
UTI de Piancó. É que o Governador quer colocar mais esta conta nas
costas dos Prefeitos da região, disponibilizando os equipamentos que
estão instalados no Venceslau Lopes, enquanto os Gestores municipais
ficam responsáveis pelo pagamento dos profissionais de saúde, como:
médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem.
Patos
Na capital do sertão, o
Hospital Regional Deputado Janduhy Carneiro passa por um momento
difícil, devido à falta de investimentos em diversas áreas. As
dificuldades são sentidas, principalmente, na ala de ortopedia, onde
dezenas de pessoas, que precisam dos serviços médicos, se amontoam nos
corredores do hospital à espera de um procedimento cirúrgico.
Em muitos casos,
cirurgias, classificadas como urgentes, passam a aguardar por dias e até
meses, para serem realizadas. Poucos médicos especialistas em ortopedia
estão disponíveis na principal casa de saúde sertaneja, que atende
cerca de quarenta cidades da Região.
A falta de cirurgiões,
urologistas e neurologistas complicam, ainda mais, o atendimento a
pacientes, vítimas de traumas. O hospital de oncologia prometido pelo
então candidato a Governador Ricardo Coutinho, na campanha eleitoral de
2010, ficou no campo das promessas e, três anos após, o que seria
referência no tratamento contra o câncer para os sertanejos, ainda, não
funciona e não existe prazo definido para ficar à disposição do povo.
Hemodiálise
O setor de hemodiálise
do Hospital Regional de Patos, também, sofre com a falta de recursos
para a manutenção de serviços essenciais para pacientes com problemas
renais. Vez por outra, o centro de hemodiálise, que fica em um prédio
anexo ao Janduhy Carneiro, é ameaçado de fechamento, devido à falta de
repasse do pagamento a uma empresa terceirizada contratada pelo Estado,
para gerenciar os serviços médicos.
Devido à falta de
pagamento, no último dia 09 de setembro, a direção da empresa, emitiu um
oficio, explicando a situação e dando um prazo para que o Estado
cumprisse o acordado, entre Governo e a empresa contratada e realizasse o
pagamento. A informação deixou dezenas de pacientes apreensivos e
inseguros quanto à permanência do tratamento, em Patos. Caso seja
fechado, os pacientes renais crônicos de grande parte do Sertão ficarão
sem atendimento, agravando, mais ainda, a doença.
Sousa
Na cidade sorriso, um
caso recente abalou os pacientes e funcionários do Hospital Regional
Manoel Gonçalves. Cirurgias, marcadas para acontecerem no início de
setembro, tiveram que ser adiadas, devido à falta d’água, ocasionando um
grande transtorno aos pacientes e médicos daquela casa de saúde.
E não falta, apenas,
água. Médicos e medicamentos também são poucos, enquanto a procura
aumenta a cada dia. Com a ausência do Estado no que diz respeito a
planejamento e execução de ações básicas, na saúde, em Sousa, faz a
população mais carente, principal clientela do hospital, ir à busca de
tratamento médico em Campina Grande e João Pessoa, aumentando, ainda
mais, as filas dos hospitais.
Cajazeiras
A terra, que ensinou a
Paraíba a ler, está aprendendo a conviver com a dor e o descaso das
autoridades estaduais. A terra do Padre Rolim é umas das cidades que
mais cresce no interior da Paraíba, mas continua com sérios problemas na
saúde. O Hospital Regional de Cajazeiras acumula inúmeras dificuldades
em muitos casos, deixando de atender pacientes, devido à falta de
médicos.
A UPA (Unidade de Pronto
Atendimento), que deveria servir para desafogar o Hospital Regional,
atendendo boa parte da população local, foi fechada um dia após a sua
inauguração, é o que denuncia o Deputado Estadual Aníbal Marcolino
(PEN). Segundo o Parlamentar, o Governador do Estado usou a inauguração
para ser fotografado e a obra contabilizada como uma ação do seu
Governo. Dr. Aníbal disse, ainda, que, na atual Legislatura, a
Assembléia Legislativa da Paraíba visitou vários hospitais do Estado,
onde ficou constatada a inoperância do Governo.
Com todas essas
constatações, fica claro que a saúde estadual está vivendo um dos seus
piores momentos, deixando pobres nas filas dos hospitais, à espera de
cuidados médicos, enquanto Secretários do Governo tentam ludibriar a
Paraíba, investindo maciçamente em uma mídia falsa, patrocinada pelos
cofres do Estado, a custa do suor do povo paraibano. “Como médico, não
posso aceitar isso, como de fato não aceito. A vida é o bem mais
precioso que temos, portanto, temos que fazer o máximo possível, para
mudar a realidade da saúde da Paraíba”. Finalizou, Dr. Aníbal.
Fonte: Revista Sertão
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